Talvez você, leitor, queira conhecer um pouco do nosso caminho, o que trilhamos e onde estamos neste momento, e até tenha alguma experiência ou dica para compartilhar - conosco e com a nossa comunidade.
Como contamos em outro post, a Planta surgiu como um nome jurídico de uma única pessoa. Com o passar do tempo, o desafio que se colocou para nós foi responder a essa pergunta do título. Como acontece com muitas pessoas oriundas de áreas técnicas, aqui houve o momento em que notamos o "cachorro correndo atrás do próprio rabo", isto é: para crescer e conquistar novos clientes, seria necessário investir em algum tipo de campanha, ação comercial, prospecção, etc - mas para isso acontecer, seria preciso um fluxo de trabalho maior, que uma pessoa não conseguiria sozinha. Essa é a situação que desejamos discutir aqui (e, claro, saber de como foi com você, leitor).
Essa dificuldade acontece com quem se acostumou a "fazer o trabalho", e não tem experiência, formação, ou às vezes nem sequer o perfil para "vender o trabalho". Há quem alegue que os trabalhadores brasileiros ainda possuem uma mentalidade de empregado e não de empreendedor. Há quem diga, por outro lado, que o que falta é uma formação específica e que isso deveria ser proporcionado pelo nosso sistema educacional - a polêmica é em que nível isso deveria ser abordado: no ensino superior, ou antes? Há escolas que, ainda no ensino fundamental, oferecem "empreendedorismo" como grade curricular, para crianças de poucos anos de vida. Há até quem diga que o currículo escolar deveria ser totalmente repensado, e essa disciplina ocupar lugar de outras, menos "úteis" (!?).
Quando pensamos no "perfil" individual, cabe também perguntar se essa iniciativa empreendedora é uma característica de personalidade ou uma habilidade/competência que se pode adquirir e aprimorar (inúmeros cursos, treinamentos, consultorias, e o trabalho de numerosos coaches se baseiam nesse pressuposto). E mesmo que seja a segunda possibilidade: é realmente necessário que todos desenvolvam essa competência? Ou será que faz parte de uma mentalidade que promove ao limite o "faça-você-mesmo" individual(ista) em que cada um deve ser capaz de ser responsável por todas as áreas de um negócio?
Num paradigma de pensamento sistêmico, esse grau de atomização, na realidade, não faz muito sentido. Mesmo na natureza há especializações, e relações de mutualismo, por exemplo). Assim como há pessoas que são negociadores e vendedores "natos" (ou tiveram a iniciativa, o interesse e a dedicação para se desenvolver nessa área), há também os bons administradores, ou os bons executores técnicos. Há quem se dedique de corpo e alma, com relativamente pouco esforço, a realizar tarefas que, para outros, seriam extremamente penosas ou difíceis. E em cada área dessa há espaço para a criatividade, a inovação e a proatividade. É um erro achar que somente os "empreendedores" (neste sentido de venda, exposição e comunicação) são expansivos ou têm desejo de crescer. Como bem notou o sociólogo Richard Sennett em seu livro O Artífice, a dedicação ao trabalho, a busca de aprimoramento, inovação e expansão podem ocorrer tanto no fazer artístico quanto num trabalho "introvertido" quanto a programação computacional.
Em grandes empresas, nada disso é segredo, e as grandes companhias, as que mais crescem e inovam, são justamente as que proporcionam espaço e oportunidade para os diferentes perfis atuarem no melhor de suas capacidades. Mas e quando se trata de empresas individuais (microempresa, MEI's e afins)?
Uma possibilidade é, de fato, o trabalho em rede: cada um oferece o que tem de melhor e o crescimento coletivo é também compartilhado. Experiências muito interessantes, nesse sentido, têm surgido e ganhado cada vez mais espaço: coletivos profissionais, redes e ecossistemas de inovação, arranjos produtivos locais, sem falar nas tradicionais cooperativas e associações.
Qual tem sido a SUA estratégia para o crescimento do seu negócio? Deixe seu testemunho, compartilhe dicas!
E até a próxima!
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